sábado, 27 de abril de 2024

Alterações climáticas principal causa da perda de biodiversidade em 2050


As alterações climáticas podem tornar-se a principal causa da perda de biodiversidade a meio do século, mais do que as mudanças na utilização dos solos, alerta um estudo divulgado ontem.

Publicado na revista científica “Science”, e com a participação de cientistas portugueses, o estudo começa por dizer que a biodiversidade global diminuiu entre 02 e 11% ao longo do século XX, devido apenas às alterações no uso dos solos. A destruição de uma floresta para usar o terreno para agricultura é um exemplo de alteração de uso do solo.

Mas os resultados da investigação, indica um comunicado divulgado pela Universidade de Coimbra, mostraram que as alterações climáticas vão ter um “impacto negativo acrescido” tanto na biodiversidade, como nos serviços dos ecossistemas (os benefícios da natureza).

“Embora as mudanças na utilização dos solos continuem a assumir um papel relevante, as alterações climáticas tenderão a tornar-se na principal causa da perda de biodiversidade até à primeira metade deste século”, alerta-se no documento.

O estudo, o maior com recurso a modelos climáticos realizado até à data, foi liderado pelo Centro Alemão de Investigação Integrativa da Biodiversidade (iDiv) e pela Universidade Martin Luther de Halle-Wittenberg (MLU), tendo a participação de investigadores portugueses, entre eles o docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) Carlos Guerra, e o investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto Henrique Pereira.

As mudanças do uso do solo, devido à agricultura ou ao avanço das cidades, por exemplo, são das principais causas para a perda de biodiversidade mas, diz-se no comunicado, a real dimensão desse declínio nas últimas décadas tem dividido os cientistas.

Para melhor responder a essas dúvidas os cientistas usaram modelos climáticos e compararam 13 modelos para calcular os impactos das mudanças na utilização dos solos e das alterações climáticas em quatro indicadores de biodiversidade diferentes, e em nove serviços de ecossistemas.

Citado no documento, Henrique Pereira diz que a inclusão de todas as regiões do mundo no modelo permitiu melhores resultados.

Os investigadores usaram também outros modelos para calcular o impacto simultâneo das alterações do uso do solo nos chamados serviços dos ecossistemas, os benefícios que a natureza disponibiliza aos seres humanos.

Foi com base nesses estudos que a equipa concluiu pela tendência da relevância das alterações climáticas na perda de biodiversidade.

Avaliando três cenários, entre um de desenvolvimento sustentável e um de emissões elevadas de gases com efeito de estufa, os investigadores concluíram que nos três casos “a conjugação do impacto das alterações do uso do solo e das alterações climáticas resulta numa perda de biodiversidade em todas as regiões do mundo”, com variantes significativas entre regiões, modelos e cenários, refere o comunicado.

“Este estudo ilustra de forma muito clara os impactos que resultam das ações humanas sobre o planeta e sobre a biodiversidade da qual nós dependemos e a dimensão das alterações que estão a ocorrer um pouco por todo o mundo”, diz, citado no comunicado, Carlos Guerra.

Admitindo que os cenários não recorreram a todas as medidas possíveis e que “haverá certamente imprecisões” nos modelos, os investigadores deixam ainda assim um aviso: “Os nossos resultados mostram claramente que as políticas atuais são insuficientes para atingir os objetivos internacionais em matéria de biodiversidade. Precisamos de esforços renovados para fazer progressos contra um dos maiores problemas do mundo, que é a perda da biodiversidade provocada pela ação humana”.

Música do BioTerra - Patrick Watson - Sit down beside me


Sit down beside me and stay awhile
Let our hearts do their parts
With wine and words to meet the hours
So the day never starts

'Cause that's what I want
That's what we need
'Cause that's who we are
'Cause that's what we need

Sit down beside me and stay awhile
I don't want to waste my time
Till we're old and grey
Till we've got nothing left to say

'Cause that's who we are
That's what we need
'Cause that's who we are
That's what we need

That's what we need
'Cause that's who we are
That's what we need

How long, lady love
You couldn't talk to me now

How long, lady love
You couldn't talk to me now
And stay awhile

How long, lady love
You couldn't talk to me now
And stay awhile

Sit down beside me and stay awhile
Till the night runs away
Till the morning rises and we part away
Till the end of our days

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Resumo da Festa de ontem do 50º Aniversário do 25 de Abril

Seguramente vi, no Porto, 750 jovens (foto minha, ontem)

O que aconteceu ontem é politicamente central. Mais de milhão de pessoas só em Lisboa, 600 mil talvez, maior ou pelo menos do tamanho da Geração à Rasca, um milhão em todo o país contando Porto, outras cidades, e os milhares de associações e grupos que o festejaram. A manifestação tinha milhares de jovens, impressionante, com cartazes e exigências, claras, de direitos sociais. Uma festa de gente decente, alegre, famílias, amigos, abraços entre iguais. Não foi convocada pelas celebrações oficiais, pelo contrário, são milhares de grupos auto organizados, sindicatos, movimentos sociais, que foram pelo seu pé, sem financiamento Estatal, gente individual e gente organizada, na rua, pelo direito ao futuro. Foi um "voto com os pés", na rua, contra a degeneração expressa na votação de 10 de Março e a eleição de grupos neofascistas. Os media insistem numa agenda irrelevante e, perdoem, nas redes sociais vão atrás da "banana": Bogalho, discursos de Marcelo, tudo isso é fait divers. Ontem aconteceu algo a sério - uma massa de gente veio para a rua dizer direito ao trabalho, Palestina livre, fim ao genocídio em Gaza, direito a casa própria, democracia no trabalho, também lá estávamos, ser livre, em cada esquina um amigo, fascistas não passarão. Um voto de protesto com os pés, em movimento. Que bela festa pá, um dia assim por dia e já os nossos problemas como sociedade tinham "milagrosamente" sido resolvidos, como em 1974-1975 quando "caíram do céu", lei-se das lutas colectivas, direito ao trabalho com direitos, casas, SNS, educação.

Festa do 50º Aniversário do 25 de Abril, em Lisboa

Da minha pequena contribuição, fiquei IMENSAMENTE feliz de ver antigos alunos meus (gerações 25-30-35) na rua, com os seus filhos de 3-7 anos empunhando com ânimo um cravo na mão. Dois vieram a Portugal só para se juntar à festa no Porto.

Festa do 50º Aniversário do 25 de Abril, no Porto

E depois ontem assistimos ao Nuno Melo que agora é Ministro da Defesa a ter que prestar Homenagem ao estratega do 25 de Abril Otelo Saraiva de Carvalho, a quem tinha chamado terrorista! Força aí, malta jovem. 

Álbum de memórias


quinta-feira, 25 de abril de 2024

Música do BioTerra: Moby feat. Sinead O'Connor - Harbour


The street bears no release
When everybody's fighting
The street bears no release
With life so hard and biting

I run the stairs away
And walk into the night-time
The sadness flows like water
And washes down the heartache
And washes down the heartache

[Refrão]
My heart is full
My heart is wide
The saddest songs are played
On the strings of my heart

The heat is on its own
The roof seems so inviting
A vantage point is gained
To watch the children fighting

So lead me to the harbor
And float me on the waves
Sink me in the ocean
To sleep in a sailor's grace
To sleep in a sailor's grace

[Refrão]

50º Aniversário do 25 de Abril- Em cada rosto, dignidade!


50 anos anos de 25 de Abril
O balanço da Revolução de Abril é globalmente positivo
A Revolução liquidou o colonialismo português, conquistou os direitos, liberdades e garantias fundamentais de um regime democrático e permitiu um certo grau de desenvolvimento económico, social e cultural.
Claro está que a Revolução não logrou alcançar aquilo que, em determinada altura, passou a ser o seu objectivo principal: a liquidação do capitalismo e da exploração do homem pelo homem e a instauração do socialismo.
Estas continuam a ser as tarefas centrais e cada vez mais actuantes da Revolução em Portugal e no Mundo.

Agora vou até à Avenida dos Aliados celebrar a Festa dos Cravos

50º Aniversário do 25 de Abril


O 25 de Abril de 1974 em Portugal é realmente uma data marcante, cheia de significado e poesia. Foi o dia em que o povo português, cansado da ditadura que oprimia suas liberdades, se uniu numa revolução pacífica e determinada. É um exemplo poderoso de como a vontade coletiva pode transformar o destino de um País.

Esta revolução não apenas trouxe o fim da ditadura, mas também inaugurou uma nova era de liberdade, democracia e esperança para o país. As ruas de Lisboa, naquela primavera de 1974, ecoaram não apenas com os sons da mudança política, mas também com a poesia da transição de um regime opressivo para um regime republicano livre e pluripartidário. Rapidamente em todas cidades e aldeias do nosso País, a Revolução dos Cravos chegou e fizeram-se festas populares. Gritos de liberdade e canções de intervenção foram entoados por todo o território de Portugal.

O 25 de Abril é uma celebração da coragem e da determinação do povo português em lutar por um futuro melhor. É um lembrete de que, mesmo diante das adversidades, a união e a vontade de mudança de um povo podem superar qualquer obstáculo. Que essa data continue a inspirar gerações futuras a lutar pelos seus direitos e pela justiça, sempre de forma pacífica e entusiástica.

Logo à tarde, vou estar a celebrar na Avenida dos Aliados a Festa da Liberdade. Viva o 25 de Abril! Fascismo, nunca mais!

April 25, 1974 - April 25, 2024


Celebration of the 50th anniversary of the Carnation Revolution. The defining moment. The birth of Portuguese democracy
.
✍ "Neither pleasure, nor glory, nor power: freedom, just freedom." - Bernardo Soares

🎨 Marta Nunes

25 de Abril - Uma revolução romântica


As fotos documentam uma revolução como não voltei a ver. Civis, mulheres, crianças, sem o menor receio de levar um tiro, apesar de estarem rodeados de armas por todos os lados. (Foto Alfredo Cunha)

Poster- Grândola Vila Morena


quarta-feira, 24 de abril de 2024

Desfile de 25 de Abril na ruas do Porto, pelos Alunos da Escola Artística Soares dos Reis


Parabéns ao meu amigo José Caldas pelo empenho e trabalho na EA Soares dos Reis (clica na imagem e liga o som!)

Impeachment ao Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa! Demita-se!


Bom, ele a mim nunca me enganou. Os meus sentimentos aos burlados. Está a mais no cargo!

Marcelo não me representa mais: não é cata-vento. Está ao nível do Chega. É racista, salazarento, incita o ódio. Está um arrivista! Escolheu a dedo o energúmeno, extremista de direita e esquizóide João Miguel Tavares para discurso do dia 10 de Junho. Não me esqueci!!

Marcelo está a passos largos de ser o pior Presidente da República que já tivemos. Ultrapassou Cavaco Silva!

Somos 9 milhões de democratas! Estamos na véspera do 25 de Abril. Está na altura de nos impormos e mobilizarmo-nos para o impeachment a Marcelo Rebelo de Sousa.

Em Portugal, a destituição teria início por proposta de um quinto dos deputados da Assembleia da República, sendo necessária uma maioria qualificada de dois terços – a mesma que permite a revisão constitucional – para o processo ser julgado no STJ. Só após a condenação do Chefe de Estado por crime de responsabilidade, cometido no exercício das funções, ter transitado em julgado, caberia ao juiz-presidente do STJ enviar a certidão da decisão condenatória para o Tribunal Constitucional. Este reuniria em sessão plenária no dia seguinte e, verificada a autenticidade da certidão, declararia o Presidente da República destituído.

Poema - Botões em flor


"Na primavera, o mundo desperta,
Cores dançam ao vento, a natureza oferta,
Um poema sem rédeas, livre e aberto,
Cada verso é um brotar, um alento.

Os campos enfeitam-se de flores em festa,
E o sol, generoso, aquece a floresta,
Em cada brisa, segredos sussurrados,
Ecos de vida, em todos os lados.

As aves tecem canções no ar,
Em harmonia com o pulsar do mar,
Neste poema livre, sem amarras,
A primavera revela as suas caras.

Entre risos de crianças e suspiros de amor,
A estação das flores espalha o seu fulgor,
E neste poema, a liberdade se faz lei,
Primavera, eterna musa, és tu, em cada rei."
João Soares. 23.04.2024

Dados da OMM e Copernicus. Mortes associadas ao calor aumentam 30% na Europa


O serviço de observação da Terra da União Europeia, Copernicus, e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) apresentaram uma análise sobre o “stress térmico extremo” que assola a Europa.

O relatório conjunto sobre o estado do clima afirma que a taxa de mortalidade devido ao clima quente aumentou 30 por cento na Europa em duas décadas. 2023 foi o ano de todos os máximos em termos de calor. Onze dos 12 meses registaram temperaturas acima da média no ar e à superfície do mar. Setembro foi mesmo o mês mais quente desde que há registos. Os poluentes que retêm o calor e obstruem a atmosfera contribuíram para elevar as temperaturas na Europa, em 2023, para níveis nunca antes registados. O estudo apurou também que os europeus, ao sofrerem com este calor sem precedentes durante o dia, acumulam stress e as noites tornam-se desconfortáveis.

“O custo da ação climática pode parecer elevado”, disse a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, “mas o custo da inação é muito mais elevado”.

Calor e chuva intensos
Durante o ano passado, as temperaturas na Europa estiveram acima da média durante 11 meses de 2023. O mês de setembro foi considerado o mais quente desde que há registo, de acordo com o estudo. Neste ciclo de altas temperaturas, o clima quente e seco facilitou a propagação de grandes incêndios, que por sua vez saturaram a atmosfera das cidades com a grande quantidade de fumo espalhado no ar. Portugal, Espanha e Itália são os países europeus identificados como os mais fragilizados pela seca. A Grécia está apontada como tendo sofrido o maior incêndio florestal registado na UE, com 96 mil hectares de área ardida. Mas não é só o calor a provocar desastres. As chuvas intensas também causaram inundações mortais por toda a Europa. Em 2023, o território europeu teve um aumento de sete por cento de precipitação, relativamente à média dos últimos 30 anos.

O relatório conclui que um terço da rede fluvial ultrapassou o limiar “alto” de cheias. Um sexto atingiu níveis “severos”. "A temperatura média da superfície do mar em toda a Europa foi a mais alta já registada, e os Alpes viram perda excepcional de gelo", reporta o estudo.

“Em 2023, a Europa testemunhou o maior incêndio florestal alguma vez registado, um dos anos mais chuvosos, fortes ondas de calor marinhas e inundações devastadoras generalizadas”, sublinhou Carlo Buontempo, diretor do serviço de alterações climáticas Copernicus, citado no jornal britânico The Guardian. Os glaciares dos Alpes perderam dez por cento do volume nos últimos dois anos.“As temperaturas continuam a aumentar, tornando os nossos dados cada vez mais vitais na preparação para os impactos das alterações climáticas”, acrescentou. O relatório não forneceu dados sobre o número de mortes causadas pelo calor em 2023, mas estima que houve mais 70 mil óbitos extra em 2022.

Friederike Otto, cientista climática do Imperial College London, não esteve envolvida no relatório mas admite que o “número de mortes relacionadas com o calor em 2023 provavelmente terá sido maior”.“Para muitas destas mortes, o calor adicional causado pelas emissões de combustíveis fósseis teria sido a diferença entre a vida e a morte”, adverte Otto. Ana Raquel Nunes, professora assistente de saúde e ambiente na Universidade de Warwick, externa ao estudo acentua que é “imperativo tomar medidas urgentes para proteger a saúde e incluí-la na política climática”.“Qualquer coisa menos do que isso significaria negar às gerações futuras a proteção e a previsão que merecem”, remata.

Inteligência artificial vai criar muito desemprego

A rede X anda muito silenciosa com a nova revolução tecnológica: a IA. O nosso patrão Elon Musk vai muito à frente e investe puro e duro na IA. Aqui vai um cartoon, para refletirmos. 
"- Que fazia antes de se encontrar desempregada? 
- Ocupava o seu emprego!"